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Esta obra, em forma de romance, descreve, de uma maneiraO Sucesso agradável, importantes e curiosos aspectos das duas principais correntes de pensamento, aparentemente antagônicas, sobre a origem da vida.   

No decorrer do texto, o leitor é levado a mergulhar a fundo nesse fascinante tema, vivenciando um acalorado debate que, no final, se transforma em uma bela união.       

Seja qual for seu posicionamento sobre o tema, vale a pena passar alguns minutos refletindo nesse apaixonante assunto e deixando-se envolver pelo romantismo e pelos pontos em comum que unem Eva & Darwin.                             Marcos Vieira



English version: Eve & Darwin  Versión  Española:Eva y Darwin
Version Française:Eve et Darwin  Versione Italiana: Eva & Darwin
Fale com o autor: Eimaldo Vieira

ÍNDICE
Foi tudo por acaso! / Nós e os macacos
Guelra curiosa / Vestígios
Fósseis que falam / Semelhanças e contrastes
Fósseis humanos / Pintores das cavernas
Ciência de ontem e de hoje / Números que falam
Origem da matéria / Origem da vida
Universo perfeito / Ainda há mistérios?
Histórias de amor 

FOI TUDO POR ACASO!

Eva: Você acha, Darwin, que este imenso universo é todo uma grande obra do acaso?

Darwin: Não apenas acho, Eva. Eu afirmo isso como verdade. A Ciência não acha nem imagina coisa alguma. Apenas constata. Minha formação positivista me impede de aceitar qualquer afirmação que não esteja cientificamente comprovada.

Eva: Mas você não pode pelo menos duvidar de um acaso perfeito, já que o universo apresenta uma constante perfeição?

Darwin: Na verdade eu trago comigo muitas dúvidas que ainda não foram esclarecidas. Mas quem remove minhas dúvidas são os fatos concretos. Quando eles não me socorrem, eu prefiro continuar procurando minhas respostas na Ciência. Atrás de histórias é que eu não corro.

Eva: Mas você não acha que toda pesquisa está sujeita a falhas? O que acontece com a pesquisa histórica também acontece com a pesquisa biológica. Há uma grande diferença entre ciência e pesquisa científica. As Ciências não falham. Nós é que falhamos.

Darwin: Mas comigo é assim. Eu tenho que ver acontecer. Preto no branco. Olho no olho. Nada de ouvi dizer.

Eva: Poxa, Darwin, você até se parece com Tomé. Precisava ver para crer. Veja que ele recebeu as provas e também um carão, Oh, Tomé, você teve que ver para crer. Felizes aqueles que não viram e creram. Mas já que você é duro na queda, no próximo encontro vamos começar a debater os fatos cientificamente comprovados. 

NÓS E OS MACACOS          

Eva: Você gosta mesmo dessa história que viemos dos macacos?            

Darwin: Na verdade, Eva, eu não gosto. Adoro. É a menina dos meus olhos evolucionistas. Aí está a minha ferramenta mais conhecida, a chamada semelhança anatômica entre espécies. Essa semelhança não acontece somente entre nós e os macacos. Não é por acaso que a natureza apresenta essas coincidências.            

Eva: Taí, gostei, Darwin. Não é por acaso, como você mesmo disse. Isso me faz lembrar uma vez quando meu pai quase me bateu porque eu tinha sumido com o livro que ele estava lendo. Realmente ele me viu lendo um livro igual aquele da sua leitura. Mas ele se esqueceu de olhar um detalhe. Eu estava lendo o segundo volume. Era uma segunda edição de capa e formato totalmente iguais, porém de conteúdo inteiramente diferente. Não foi por acaso que os editores planejaram toda aquela semelhança. Um volume tratava da nossa natureza terrena. O outro, da eterna.            

Darwin: Você esquece que as semelhanças não estão somente nos seres vivos. O átomo, por exemplo, se parece muito com os sistemas solares, apesar de ser apenas miniatura deles. Não te parece lógico que uns tenham saído dos outros?

Eva: Já eu prefiro dizer que tanto podem ter saído uns dos outros, como terem saído uns e outros de uma mesma fonte. Você costuma dizer que os seres maiores sempre saem dos menores. Não seria também lógico que os átomos tenham procedido dos sóis ou estrelas?         

A propósito. Já pensou no significado de átomo? Indivisível. Pensaram que tinham chegado à menor partícula da matéria. Agora, sabemos que em cada átomo ainda existe um miniuniverso.

Darwin: Mas, voltando aos animais, você ainda não pensou no caso do apêndice. Quanto mais evoluído é o animal, menor é o seu apêndice. Não é isso uma prova da evolução nas espécies?           

Eva: Mas, Darwin, hoje se sabe que essa não é uma regra geral. Há animais evoluídos com apêndices menores e animais menos evoluídos com apêndices maiores. É o caso do macaco em relação ao homem. Pelo seu raciocínio, de menores para os maiores, o macaco teria vindo do homem, não é mesmo!? E o homem teria vindo dos marsupiais ou dos coelhos!


GUELRA CURIOSA 

Darwin: Você já deve ter percebido que sou um apaixonado evolucionista. Veja bem o que podemos chamar de lei biogenética. Por essa lei, sabemos que o embrião animal, em seu desenvolvimento, passa pelos mesmos estágios que os seres humanos em seu processo evolutivo. Você não pode negar a semelhança entre o embrião humano e certas formas inferiores de vida.            

Eva: O que acontece, Darwin, é que os minúsculos genes encontrados na primeira célula de um novo indivíduo já contêm o programa total de seu futuro desenvolvimento. Os genes são como o programa que se configura em um computador. Dizendo a ele o que deve fazer e como deve cumprir as ordens que recebeu. Só por uma anomalia esses genes poderiam produzir uma variação da forma adulta em seu estágio ainda embrionário. 

É fácil compreender essa semelhança pelas necessidades básicas dos seres, ou seja,  alimentação e oxigenação de seus organismos.            

Darwin: Você já ouviu falar na famosa guelra de peixe? Com um mês de idade, o embrião apresenta certas cavidades semelhantes a guelras de peixes. Será que isso não te lembra alguma coisa muito importante?

Eva: É verdade. São aquelas cavidades parecidas com guelras de peixes. Com o evoluir do feto, tais semelhanças desaparecem para dar lugar apenas a pescoços, queixos e outros órgãos. Thomas Heinze, grande estudioso da matéria, lembra que a chamada guelra de peixe prova tanto que o homem evoluiu dessa guelra, como o rosto de lua de um Chinês prova que ele evoluiu da lua.

Não me leve a mal, Darwin. Percebi que você não gostou da ironia. Prometo que nos próximos encontros vou controlar melhor meus impulsos. 

VESTÍGIOS            

Eva: Pode me dizer alguma coisa, Darwin, a respeito dos órgãos vestigiais?            

Darwin: Como não, Eva? São aqueles órgãos encontrados no corpo de animais, ou melhor, vestígios de órgãos que ainda permanecem em seres vivos, mas não têm uma função conhecida. Para mim isso é uma evidência que na cadeia evolutiva, houve um tempo quando esses órgãos foram maiores e tiveram funções efetivas.            

Eva: Já que você não tem uma comprovação científica da função desses vestígios, não é melhor admitir que, se foram plenos um dia, certamente foram úteis durante algum tempo, não sendo mais necessários? A Ciência já descobriu que muitos desses resíduos são glândulas que produzem hormônios necessários ao corpo. Outros funcionam apenas na fase embrionária da vida. Alguns são apenas reservas para alguma emergência. Outros foram eliminados. Outros ainda não tiveram suas funções conhecidas pela Ciência.            

Darwin: Mas você ainda não pensou no caso do apêndice. Quanto mais evoluído é o animal, menor é o seu apêndice, e isso pode ser uma prova da evolução das espécies.            

Eva: Mas, Darwin, hoje se sabe que essa não é uma regra geral. Há animais evoluídos com apêndices menores e animais menos evoluídos com apêndices maiores. É o caso do macaco em relação ao homem. Pelo seu raciocínio, do menor para o menor,  o macaco teria vindo do homem, não é mesmo!? E o homem teria vindo dos marsupiais ou dos coelhos!?            

Darwin: Ainda não falei de outros dois importantes vestigiais. Esses, não é preciso ser nenhum cientista pra reconhecer. Sãos as orelhas e os cabelos da cabeça dos animais, principalmente do cavalo, em comparação com o homem. Ambos são menores no corpo humano porque nós não precisamos mais deles para espantar moscas e mosquitos, uma vez que já desenvolvemos as mãos nessa habilidade.            

Eva: Mais uma vez eu percebo que você está apenas correndo pelo terreno das suposições. Eu ficaria ofendida, Darwin, se você dissesse que não consigo espantar as moscas com um simples sacudir de cabeça ou tenha que perder uma competição esportiva importante, apenas por não poder usar minhas mãos.

FÓSSEIS QUE FALAM            

Eva: Você considera os fósseis uma boa fonte de informações sobre as origens das espécies, Darwin?            

Darwin: Com certeza, Eva. Mas você tocou no meu grande calcanhar de Aquiles. Assim como é enorme a escala desses seres fossilizados nas camadas geológicas, assim também, na mesma proporção deve haver enormes variedades intermediárias dentro dessas mesmas camadas. Isso, porém, não acontece. As espécies aparecem já prontas, variando apenas suas idades, da fase embrionária até a adulta.            

Mas essa dificuldade não me faz desistir de minhas teorias. O problema não está apenas nessa lamentável falta de provas, mas principalmente na extrema imperfeição do registro geológico. Meu xará falou isso no seu The Origin of  Species.

Eva: Mas partindo do ponto de vista que a natureza não pratica erros, você não acha que aqui é o momento de pormos em prática a filosofia de Tomé, ver para crer? Se não vemos na natureza aqueles elos que estão faltando, não é justo que a gente desista do quebra-cabeça?            

Agora, vamos pensar um pouquinho sobre as idades dos fósseis. As rochas mais antigas nas quais fósseis podem ser encontrados são do período cambriano. Nesses depósitos sedimentários, são encontrados bilhões e bilhões de fósseis de formas de vida altamente complexas. Os ancestrais evolutivos da fauna cambriana jamais foram encontrados. O registro de fósseis não nos dá qualquer evidência de que esses animais cambrianos procedem de formas ancestrais anteriores. Nenhum fóssil encontrado pode ser considerado uma transição entre espécies de formas mais elevadas. Os tipos desses invertebrados são exatamente iguais aos que conhecemos hoje.            

Darwin: Com essas palavras, Eva, você acaba de cravar mais uma flechada no meu pobre calcanhar de Aquiles.            Na verdade, sempre acreditei numa evolução natural das espécies, aquela sem qualquer interferência de quem quer que seja, harmônica, progressiva, caminhando ao longo de bilhões de anos, sempre do mais simples para o mais complexo.            

Eva: Você acabou de me fornecer um ótimo gancho, do mais simples para o mais complexo. Mas como esse gancho deve ser um pouco mais longo, proponho que voltemos a ele em nosso próximo encontro. Meus pais já devem estar preocupados comigo. Combinados?            

Darwin: Combinados. Escute, Eva, você falou de seus pais. Ainda não me convidou para conhecer sua família.            

Eva: Nada mal, Darwin. Desculpe, mas este não é o melhor momento. 

SEMELHANÇAS E CONTRASTES            

Darwin: A gente falava sobre a complexidade progressiva das espécies. Na minha mente, não consigo ver alguma coisa maior evoluindo para outra menor que ela. Essa idéia me faz ver as coisas de cabeça para baixo. Também não consigo imaginar um universo acabado, principalmente se ele procede de algo tão abstrato como autoridade, propósito, inteligência.            

Eva: Já que os registros dos fósseis não fornecem qualquer evidência de transição entre as espécies, quem sabe você pode apresentar essa evidência entre animais que não estiveram fossilizados ou ainda estão vivos na natureza?            

Darwin: Uma de minhas amostras preferidas é o cavalo, já que não posso falar de inúmeras espécies extintas através dos tempos. Além de semelhantes, seus fósseis mostram que eram menores que suas cópias atuais, como é o caso do eohippus. Tinham apenas o tamanho médio do nosso cão.            

Eva: Bem que eu gostaria de ver aqueles cavalinhos recuperados pela Ciência, saltitando em meu quintal, Darwin. Mas deixando minha utopia de lado, já que não podemos comprovar um perfeito elo entre as duas espécies, você pode me dizer algo sobre os membros daqueles mascotes?            

Darwin: Claro que sim, Eva. Muito parecidos com nossos cavalos. Só há uns pequenos diferentes detalhes. Vou lembrar que possuíam mais dentes, quatro dedos nas patas dianteiras e três nas traseiras, enquanto os nossos possuem somente um dedo em todas as patas.              

Eva: Para mim, podem até parecer pequenos detalhes. Mas para você isso deve fazer uma enorme diferença. Você sabe, Darwin, que a lei natural e fundamental da evolução está na contramão desse exemplo. Estamos diante de um caso típico de simplificação e não de complexidade na natureza, não é mesmo?            

Seu silêncio e esse semblante pensativo concordam como as luvas das mãos.

FÓSSEIS HUMANOS            

Eva: Como não foi possível comprovar algum elo entre as espécies animais, você tem alguma coisa a dizer sobre os fósseis pré humanos?            

Darwin: Esse é justamente o tema de minha predileção. Afinal, como não gostaria eu de comprovar a origem da espécie mais evoluída do planeta, ou seja, a minha própria identidade?                 Vou começar apresentando o Piltdown, descoberto na Inglaterra em 1912. Durante quarenta anos, estudiosos depositaram nele grandes esperanças de estarem diante do primeiro homo-sapiens, mas ainda não foi dessa vez. Os exemplares do Pilt foram removidos dos museus e suas fotos dos livros. O homem de Nebraska passou a ser a nossa melhor expectativa. Mas nossa alegria durou pouco porque logo ficou provado que seu único ponto forte, a dentição, pertencia a um suíno e não a um homem. 

     Nossa esperança se voltou para o homem da Austrália, apelidado de Zinjanthropus. Peritos calcularam sua idade entre 600 mil e 1 milhão e meio de anos. Foi achado pelo Dr. Leakey, na África. O grande problema no estudo desse fóssil foi a situação precária em que se achava. Um colega do Dr. Leakey chegou a compará-lo a um ovo esmagado por um caminhão. Mais uma vez tivemos que adiar a notícia de tão esperada descoberta, a presença de um progenitor de nossa espécie.          

Eva: Será que os registros geológicos já puderam fazer amostra de alguma cópia de homo erectus com mais de dez mil anos?            

Darwin: Supõe-se que existiram algumas amostras desse homem há cerca de meio milhão de anos. Teriam vivido entre o Zinjanthropus e nossa era. O fóssil mais importante desse grupo é Homem Peking, assim chamado por ter sido encontrado na China. As cópias consistiam de dentes, mandíbulas inferiores e partes de quatorze crânios, quebrados provavelmente por outros animais, devido a uns mil cc. de carne que trazia em seu interior. Há evidência da presença de fogo e ferramentas, mas não se pode provar que esses elementos foram usados por eles ou se por outros seres, muitos anos mais tarde.

    Outro exemplo de homo erectus é o que ficou conhecido como homem de Java. Sua cabeça em forma de touca e articulação na pélvis são seus destaques, além de algumas semelhanças nos dentes com os humanos. Foi primeiramente encontrado por Eugene Dubois juntamente com diversos crânios humanos. Consideramos essas amostras importantes porque apresentam cabeças semelhantes aos gorilas.            

Eva: Darwin, você concorda que vivendo juntos, o homem de Java e os humanos, isso inviabiliza a possibilidade de ser uma prova da teoria evolucionista?            

Darwin: Certamente, Eva. Mas, lembre-se, a Geologia não é uma Ciência exata. Pelo menos até que possa oferecer alguma exatidão de seus dados. Como todas as outras ciências, suas buscas são constantes, sempre a procura da verdade dos fatos.           Agora, vamos falar um pouco sobre o homem Neanderthal. Sua descoberta é do princípio do século 20. O esqueleto trazia a curvatura do corpo ao caminhar e por isso, durante muito tempo, a gente pensou e ensinou que se tratava de uma espécie intermediária entre o gorila curvado e o homem. Mas com a descoberta de novas cópias neanderthal, verificou-se que se tratava de uma geração de erectus e que aquele exemplar havia sofrido de uma deficiência no joelho durante seu tempo de vida. 

     O fato do chamado homem Neanderthal ter o crânio 100 cc. maior que a média do nosso hoje, traz também uma séria dificuldade à nossa teoria evolucionista. Você sabe que partimos sempre do mais simples para o mais complexo. 

PINTORES DAS CAVERNAS            

Eva: Outra curiosidade minha. O que você sabe a respeito das pinturas e do homem das cavernas?            

Darwin: Esse é mais um caso de amostras do homo sapiens. Especialmente importantes são as pinturas de Lascaux da França, calculada pelo método radiocarbono como do ano 8000 AC. Trata-se do homem Cro-Magnon. Curioso como aquelas pinturas, comparadas às dos pintores modernos, não foram destruídas pelo fogo durante tantos anos. Interessante também que o cérebro daqueles habitantes chega a ser 400 cc. maior que do povo de hoje. Daí, não podemos dizer que se trata de uma evolução natural de nossa geração. O crânio de Swanscombe, descoberto em 1935 é considerado pelos evolucionistas um dos fóssseis humanos mais antigos do mundo, situado antes mesmo do Neanderthal. Por isso mesmo, nossa esperança de encontrar um ancestral não-humano para o humano vai ficando cada vez mais distante.

Eva: O fato de que pinturas tão antigas são também tão avançadas é um bom sinal de que o potencial intelectual do homem é sempre o mesmo. Tivesse ele recursos técnicos mais sofisticados, Darwin, sua surpresa seria ainda maior. Mesmo admitindo alguma evolução intelectual em nossa espécie, não devemos confundir esse progresso com evolução da espécie.

CIÊNCIA DE ONTEM E DE HOJE            

Darwin: Você pode comentar esta afirmação do meu xará, Se fosse provada a existência de algum órgão que não tenha sido formado por numerosas sucessivas e suaves modificações, minha teoria estaria inteiramente golpeada.?            

Eva: Os estudos modernos e os novos instrumentos da Ciência têm muito a nos oferecer, Darwin. O microscópio que Darwin não conheceu é um belo exemplo. Hoje, a complexidade das células causaria a ele uma estonteante surpresa. Não existe a simples célula tão procurada por ele em toda a sua vida. Simplesmente nascem prontas.

     A lei do mais forte, por exemplo, pode ser explicada por outra lei, que é a lei das mutações. Sabemos que as mudanças nas espécies são acidentais. São como programas de um computador. Como disse antes, o produto falha porque o suprimento falha. Mas, logo que você consegue trocar a placa causadora do problema, a máquina prossegue produzindo seus filhos no padrão do seu inventor. Mudar de uma espécie para outra, é como um robô programado para produzir um videogame gerar um caminhãozinho.            

As mutações são exceções e não regra. E como são desvios, são sempre algo a se tentar evitar. Essas anomalias não acontecem com freqüência e quase sempre são degenerativas ou recessivas e não evolutivas. Quando acontecem, não se perpetuam através de seus descendentes, quer sejam plantas, animais ou pessoas. Cada genoma ou DNA está prévia e potencialmente estabelecido como fiel matriz. Alguns animais e plantas podem se transformar em novas espécies, mas especiação não é evolução. Eles não migram para grupos superiores. Nunca se viu peixes virando rãs. 

NÚMEROS QUE FALAM            

Darwin: Você acredita que os números favorecem ou trabalham contra a teoria evolucionista? 

Eva: Aparentemente, favorecem, Darwin. Quando você pensa em bilhões de anos de formação do universo e dos seres, a teoria até parece bastante lógica. Mas, quando você analisa os dados mais a fundo, a questão se apresenta de outro modo.            

Por exemplo, por que aqueles primitivos sapiens não formaram civilizações durante tanto tempo, criando pelo menos cidades comunitárias muitíssimo anteriores à Mediterrânea ou Mesopotâmica? 

Outra questão. Se o primeiro casal humano apareceu há cerca de 1 milhão de anos, como os evolucionistas creem, há muito teria havido uma explosão demográfica insuportável no planeta. 

Por outro lado, uma geração de uns 6 mil anos formando uma civilização de 3 mil e 500 anos, resulta exatamente nos 6 bilhões que somos hoje. E isto graças ao dilúvio, porque sem este a situação seria totalmente outra. Isto, seguindo os cálculos de Ussher de 4 mil e 300 anos para o dilúvio. Fato importante que a boa Geologia comprova uma queda brusca na população de animais terrestres e no homem, recuperando-se paulatinamente no período pós-diluviano. 

Passando do humano à natureza, veja o caso do figo e da vespa que lhe fornece o pólen. Dependem um do outro para viverNão consigo imaginar que ambos se desenvolveram durante milhões de anos e na mesma época chegaram ao ponto de se sustentarem mutuamente como hoje acontece. Prefiro ver os dois como aqueles que receberam essa harmoniosa interdependência desde o princípio.

            Ainda além dos números, considere a presença de conchas marinhas no alto dos montes, lagos, grutas, canyons, petróleo, carvão e fósseis por todas as camadas, representando seres vivos e vegetais de todas as idades, comprovando um inegável apanhado de surpresa. A comida na boca de peixes e bichos fossilizados não pode ser esquecida. Fora de uma catástrofe gigantesca e inédita, tais fatos não seriam construídos nem mesmo em bilhões de anos, através de uma evolução espontânea da natureza.

ORIGEM DA MATÉRIA            

Darwin: Sempre li nos meus autores prediletos que sempre houve matéria. Será, Eva, que essa é apenas mais uma loucura? Ou tem boa chance na sua imaginação?            

Eva: Entre centenas de exemplos, vou lembrar de alguns  apenas. Veja que o sol perde uma base de 5 milhões de toneladas por segundo. Esse cálculo é possível hoje graças à formula de Einstein E=mc² . Na hipótese de sempre ter existido, houve um tempo em que ele sozinho tomaria todo o universo. O mesmo com todas as estrelas. 

Se as estrelas consomem hidrogênio ou qualquer outro material por meios radioativos ou por algum outro meio, em tempo infinito todo o combustível já teria sido consumido. 

O sol e as outras estrelas que compõem nosso universo são extremamente quentes, enquanto o espaço interestrelar, incluindo a terra, é extremamente frio. Os metais não podem reter seu calor em ambiente frio por um período indefinido. Sendo o universo infinitamente antigo, depois de determinado tempo, as duas substâncias teriam adquirido uma temperatura uniforme, como também toda a matéria do universo. Como isso não acontece, a matéria não pode ser eterna.

  A decomposição das partículas Alpha do Urânio é usada para determinar a idade das rochas. Mas ninguém pode afirmar que o ritmo das  perdas foi sempre o mesmo de hoje, lançando  as origens de tais rochas para milhões de anos atrás.

A presença  de Rádio-Halos de Polônio nos granitos evidencia uma criação instantânea, uma vez que não resistem a mudanças de temperatura e estado por mais que alguns segundos. A  conclusão, então, é, com Halos não há evolução. Segundo o Doutor Robert Gentry, os Halos podem ser as impressões digitais da criação.

ORIGEM DA VIDA            

Darwin: Ainda não falamos mais especificamente sobre a origem da vida. Você sabe que meu xará imaginava a vida nascendo das águas estagnadas. É a lei da geração espontânea. Você já ouviu falar dessa lei?            

Eva: Seu xará morreu no ano de nascimento de Luís Pasteur. Os conhecimentos e instrumentos de seus dias permitiam acreditar que matéria não viva pudesse gerar órgãos vivos como a célula. 

Seu xará ainda acreditava que a atmosfera da terra ainda não continha oxigênio quando a vida começou. Mas hoje sabemos que a vida seria impossível sem aquela camada protetora de ozônio que nos escuda contra os raios ultravioletas em quantidades insuportáveis. Você sabe, Darwin, que ozônio é formado do oxigênio do ar. 

E como entender o princípio da perfeição dos órgãos a partir da casualidade? Basta lembrar este maravilhoso aparelho auditivo que você carrega em sua cabeça, onde cada peça desempenha sua função específica. Ao escutar a voz de uma pessoa querida ou alguma belíssima música, você consegue pensar numa geração espontânea? E que dizer do princípio da sexualidade dos seres, principalmente o humano, onde dois entes trocam não apenas o prazer, mas conjugam caracteres que geram vidas iguais a sua, num processo fantasticamente misterioso? 

E ainda não falei dos olhos! Bem que podiam ter sido espontaneamente colocados no lugar dos ouvidos! Não acha que você ficaria mais interessante?            

Darwin: Em mim, até que podia ser. Mas não consigo ver você assim tão bela de outro modo. Ainda mais quando fica vermelha de vergonha como ficou agora. Posso dar o meu primeiro beijo de amor?            

Eva: Se este é o seu desejo!  

Darwin: Antes que você comece a falar da inteligência humana,  vou até pedir pra gente descansar um pouco. Preciso de um tempo pra pensar nessas suas loucuras. E não se esqueça de sua promessa. Ainda não me apresentou a seus pais.            

Eva: Não se preocupe, Darwin. Vamos fazer uma pausa em nossas loucuras. Já falei com meus pais a seu respeito. Espero por você neste Domingo em nossa casa.

UNIVERSO PERFEITO            

Darwin: Sempre ouço os criacionistas falando da perfeição do universo como alguma coisa muito importante pra teoria deles. Será que você também crê nessa tal perfeição do universo?            

Eva: Não, Darwin, eu não creio. Eu simplesmente vejo. Vou considerar apenas a parte do universo onde o animal homem criou diversas loucuras. A Terra está alinhada num ângulo de 23 graus em relação ao núcleo solar. Se essa posição fosse outra, o vapor de água dos oceanos se condensaria no polo norte e sul, criando montanhas de gelo. Perdendo o sol metade de seu calor por lá, os moradores morreriam todos congelados, ou simplesmente não haveria vida naqueles hemisférios. Aumentando ele metade do seu calor nos trópicos, os moradores morreriam todos queimados, ou melhor, não teriam lugar para viver. Resultado. A Terra seria um deserto vazio.            

Fora da Terra o universo se encontra em ordem ainda mais perfeita. Esperar que isso foi possível sem a presença de um propósito ou mente é como esperar um belo relógio suíço saindo de uma explosão de um monturo de lixo. 

AINDA HÁ MISTÉRIOS?            

Darwin: Confesso a você, Eva, que ainda ficaram algumas dúvidas na minha pobre mente. Sinto que temos de prolongar essa nossa conversa por muito tempo. Só assim vou tirar certos grilos de minha cabeça.            

Eva: Não diga minha pobre mente, Darwin. Até que você é bastante inteligente. Não vamos pensar que o finito possa compreender o Infinito.            

Sei que não pudemos esgotar os temas que iniciamos. Nem isso é possível. Pelo menos enquanto estivermos limitados pela nossa natural finitude.            

Quando pensamos, por exemplo, naqueles fósseis inteligentes de antes dos Neanderthal, podemos fazer algumas considerações. Aqueles seres podem ter sido uma geração criada muito antes da nossa, eliminada por grandes cataclismos, como tantos outros animais, sem chance de povoar a terra ou criar as civilizações que jamais encontramos. Por outro lado, se não foram assim tão sabidos, apesar de sua anatomia a la homem, anjos caídos podem ter sido os artistas daquelas gravações em cavernas.            

Quando pensamos em um universo tão antigo, a Terra está calculada em 4 bilhões de anos, em comparação com uma geração humana tão nova, podemos fazer também algumas outras considerações.            

Considere, por exemplo, quando a água foi transformada em vinho no casamento de Caná da Galileia. Quantos anos aquele vinho deveria ter levado para se tornar o melhor vinho da época. No entanto, ele se tornou o melhor vinho em fração de minuto naquela noite. Tente fazer um cálculo da proporção entre tempo e qualidade e vai encontrar bilhões de minutos para que aquele vinho fosse tão apreciado.            

Considere agora aqueles pães e peixes que alimentaram milhares de pessoas no Mar da Galileia. Aqueles pães e peixes não tiveram o tempo de vida e fermentação necessária para serem ingeridos pela multidão. Esse processo foi acelerado e as pessoas não foram intoxicadas. Crianças e outros nem suspeitaram de algo especial.            

Poderia ser feito o mesmo raciocínio em relação ao primeiro casal. Não tiveram tempo pra desenvolver seus complexos órgãos. Mas lá estavam eles, maturados, adultos. Bem que eu gostaria de ter sido minha xará. Pense o mesmo em relação às plantas.            

Assim também o universo bem pode ter passado por um processo semelhante de maturação antes de oferecer as condições necessárias para cumprir todo o seu papel. Isso fica ainda mais razoável em relação à vital relação Terra sol. Podemos dizer que recebemos um universo pronto. O universo nos mostra uma pré-história que não existiu em tempo real.

HISTÓRIAS DE AMOR

Darwin: Será, Eva, que algum dia eu vou conhecer o autor desse universo maravilhoso?            

Eva: Não apenas conhecer, mas viver com ele, Darwin. Se ele nos fez à sua imagem e semelhança, não foi pra ficarmos separados dele pra sempre. O pecado separou a gente dele. Mas seu Filho assumiu nossa culpa.            

Darwin: Mas como posso saber que tenho esse direito garantido sem nenhuma possibilidade de falhar?            

Eva: Isso é o que ele garante. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna. Crer é muito mais que um verbo. É uma ação de consentimento que produz vida. Mas é uma atitude pessoal. Fale com ele. Ele ouve você. Diga a ele que você é um pecador e recebe seu Filho como Salvador e Senhor. Está disposto a fazer isso agora?            

Darwin: Por que não, Eva? Sinto agora uma alegria e paz que nunca experimentei. Como pode ser isso?            

Eva: Como disse Dostoievsky, Toda pessoa humana tem no coração um vazio do tamanho do Criador. Você acabou de preencher esse vazio. Você acabou de fazer a descoberta mais importante do universo. Esta é a canção que só consegue cantar aquele que a recebeu no coração.            

Darwin: Agora, só me resta perguntar a você, Evavocê quer se casar comigo?            

Eva: Você me pegou de surpresa, Darwin. Minha resposta não pode ser outra. Eu quero. Vamos pedir o consentimento de nossos pais pro nosso noivado. De agora em diante, vamos juntos descobrir um novo mundo, o mundo do amor.
Dois anos depois, Darwin e Eva se casaram diante do Criador, familiares e amigos. Prosseguiram investigando os segredos da maravilhosa criação. Tiveram quatro filhos, Fidélis, Verônica, Justino e Irene. E foram felizes pra sempre.
(Copyright de Eimaldo A. Vieira. Livre uso de porções, desde que citado o nome do autor)

Livros mais consultados: “Creation Vs. Evolution”, de Thomas F. Heinze. “La Ciencia Habla”, de Peter W. Stoner. “La Ciencia Retorna a Dios”, de J. H. Jauncey. "The Origin of Species", de Charles Darwin.

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