Esta obra, em forma de romance, descreve, de uma maneiraO Sucesso agradável, importantes e curiosos aspectos das duas principais correntes de pensamento, aparentemente antagônicas, sobre a origem da vida.
No decorrer do texto, o leitor é levado a mergulhar a fundo nesse fascinante tema, vivenciando um acalorado debate que, no final, se transforma em uma bela união.
Seja qual for seu posicionamento sobre o tema, vale a pena passar alguns minutos refletindo nesse apaixonante assunto e deixando-se envolver pelo romantismo e pelos pontos em comum que unem Eva & Darwin. Marcos Vieira
English version: Eve & Darwin Versión Española:Eva y Darwin
Version Française:Eve et Darwin Versione Italiana: Eva & Darwin
Version Deuthch: Eva & Darwin Greek Version: Eva & Darwin
Leia ainda: Ismael & Isaac, Curiosidades da Bíblia, Maravilhosa Cidade,
O Homem Anjo, O Homem Deus, Lucifer - Anjo de Luz e O Sucesso
Leia ainda: Ismael & Isaac, Curiosidades da Bíblia, Maravilhosa Cidade,
O Homem Anjo, O Homem Deus, Lucifer - Anjo de Luz e O Sucesso
ÍNDICE
Foi tudo por acaso! / Nós e os macacos
Guelra curiosa / Vestígios
Fósseis que falam / Semelhanças e contrastes
Fósseis humanos / Pintores das cavernas
Ciência de ontem e de hoje / Números que falam
Origem da matéria / Origem da vida
Universo perfeito / Ainda há mistérios?
Histórias de amor
Foi tudo por acaso! / Nós e os macacos
Guelra curiosa / Vestígios
Fósseis que falam / Semelhanças e contrastes
Fósseis humanos / Pintores das cavernas
Ciência de ontem e de hoje / Números que falam
Origem da matéria / Origem da vida
Universo perfeito / Ainda há mistérios?
Histórias de amor
FOI TUDO POR ACASO!
Eva: Você acha, Darwin, que este imenso universo é todo uma grande obra do acaso?
Darwin: Não apenas acho, Eva. Eu afirmo isso como verdade. A Ciência não acha nem imagina coisa alguma. Apenas constata. Minha formação positivista me impede de aceitar qualquer afirmação que não esteja cientificamente comprovada.
Eva: Mas você não pode pelo menos duvidar de um acaso perfeito, já que o universo apresenta uma constante perfeição?
Darwin: Na verdade eu trago comigo muitas dúvidas que ainda não foram esclarecidas. Mas quem remove minhas dúvidas são os fatos concretos. Quando eles não me socorrem, eu prefiro continuar procurando minhas respostas na Ciência. Atrás de histórias é que eu não corro.
Eva: Mas você não acha que toda pesquisa está sujeita a falhas? O que acontece com a pesquisa histórica também acontece com a pesquisa biológica. Há uma grande diferença entre ciência e pesquisa científica. As Ciências não falham. Nós é que falhamos.
Darwin: Mas comigo é assim. Eu tenho que ver acontecer. Preto no branco. Olho no olho. Nada de ouvi dizer.
Eva: Poxa, Darwin, você até se parece com Tomé. Precisava ver para crer. Veja que ele recebeu as provas e também um carão, Oh, Tomé, você teve que ver para crer. Felizes aqueles que não viram e creram. Mas já que você é duro na queda, no próximo encontro vamos começar a debater os fatos cientificamente comprovados.
NÓS E OS MACACOS
Eva: Você gosta mesmo dessa história que viemos dos macacos?
Darwin: Na verdade, Eva, eu não gosto. Adoro. É a menina dos meus olhos evolucionistas. Aí está a minha ferramenta mais conhecida, a chamada semelhança anatômica entre espécies. Essa semelhança não acontece somente entre nós e os macacos. Não é por acaso que a natureza apresenta essas coincidências.
Eva: Taí, gostei, Darwin. Não é por acaso, como você mesmo disse. Isso me faz lembrar uma vez quando meu pai quase me bateu porque eu tinha sumido com o livro que ele estava lendo. Realmente ele me viu lendo um livro igual aquele da sua leitura. Mas ele se esqueceu de olhar um detalhe. Eu estava lendo o segundo volume. Era uma segunda edição de capa e formato totalmente iguais, porém de conteúdo inteiramente diferente. Não foi por acaso que os editores planejaram toda aquela semelhança. Um volume tratava da nossa natureza terrena. O outro, da eterna.
Darwin: Você esquece que as semelhanças não estão somente nos seres vivos. O átomo, por exemplo, se parece muito com os sistemas solares, apesar de ser apenas miniatura deles. Não te parece lógico que uns tenham saído dos outros?
Eva: Já eu prefiro dizer que tanto podem ter saído uns dos outros, como terem saído uns e outros de uma mesma fonte. Você costuma dizer que os seres maiores sempre saem dos menores. Não seria também lógico que os átomos tenham procedido dos sóis ou estrelas?
A propósito. Já pensou no significado de átomo? Indivisível. Pensaram que tinham chegado à menor partícula da matéria. Agora, sabemos que em cada átomo ainda existe um miniuniverso.
Darwin: Mas, voltando aos animais, você ainda não pensou no caso do apêndice. Quanto mais evoluído é o animal, menor é o seu apêndice. Não é isso uma prova da evolução nas espécies?
Eva: Mas, Darwin, hoje se sabe que essa não é uma regra geral. Há animais evoluídos com apêndices menores e animais menos evoluídos com apêndices maiores. É o caso do macaco em relação ao homem. Pelo seu raciocínio, de menores para os maiores, o macaco teria vindo do homem, não é mesmo!? E o homem teria vindo dos marsupiais ou dos coelhos!
GUELRA CURIOSA
Darwin: Você já deve ter percebido que sou um apaixonado evolucionista. Veja bem o que podemos chamar de lei biogenética. Por essa lei, sabemos que o embrião animal, em seu desenvolvimento, passa pelos mesmos estágios que os seres humanos em seu processo evolutivo. Você não pode negar a semelhança entre o embrião humano e certas formas inferiores de vida.
Eva: O que acontece, Darwin, é que os minúsculos genes encontrados na primeira célula de um novo indivíduo já contêm o programa total de seu futuro desenvolvimento. Os genes são como o programa que se configura em um computador. Dizendo a ele o que deve fazer e como deve cumprir as ordens que recebeu. Só por uma anomalia esses genes poderiam produzir uma variação da forma adulta em seu estágio ainda embrionário.
É fácil compreender essa semelhança pelas necessidades básicas dos seres, ou seja, alimentação e oxigenação de seus organismos.
Darwin: Você já ouviu falar na famosa guelra de peixe? Com um mês de idade, o embrião apresenta certas cavidades semelhantes a guelras de peixes. Será que isso não te lembra alguma coisa muito importante?
Eva: É verdade. São aquelas cavidades parecidas com guelras de peixes. Com o evoluir do feto, tais semelhanças desaparecem para dar lugar apenas a pescoços, queixos e outros órgãos. Thomas Heinze, grande estudioso da matéria, lembra que a chamada guelra de peixe prova tanto que o homem evoluiu dessa guelra, como o rosto de lua de um Chinês prova que ele evoluiu da lua.
Não me leve a mal, Darwin. Percebi que você não gostou da ironia. Prometo que nos próximos encontros vou controlar melhor meus impulsos.
VESTÍGIOS
Eva: Pode me dizer alguma coisa, Darwin, a respeito dos órgãos vestigiais?
Darwin: Como não, Eva? São aqueles órgãos encontrados no corpo de animais, ou melhor, vestígios de órgãos que ainda permanecem em seres vivos, mas não têm uma função conhecida. Para mim isso é uma evidência que na cadeia evolutiva, houve um tempo quando esses órgãos foram maiores e tiveram funções efetivas.
Eva: Já que você não tem uma comprovação científica da função desses vestígios, não é melhor admitir que, se foram plenos um dia, certamente foram úteis durante algum tempo, não sendo mais necessários? A Ciência já descobriu que muitos desses resíduos são glândulas que produzem hormônios necessários ao corpo. Outros funcionam apenas na fase embrionária da vida. Alguns são apenas reservas para alguma emergência. Outros foram eliminados. Outros ainda não tiveram suas funções conhecidas pela Ciência.
Darwin: Mas você ainda não pensou no caso do apêndice. Quanto mais evoluído é o animal, menor é o seu apêndice, e isso pode ser uma prova da evolução das espécies.
Eva: Mas, Darwin, hoje se sabe que essa não é uma regra geral. Há animais evoluídos com apêndices menores e animais menos evoluídos com apêndices maiores. É o caso do macaco em relação ao homem. Pelo seu raciocínio, do menor para o menor, o macaco teria vindo do homem, não é mesmo!? E o homem teria vindo dos marsupiais ou dos coelhos!?
Darwin: Ainda não falei de outros dois importantes vestigiais. Esses, não é preciso ser nenhum cientista pra reconhecer. Sãos as orelhas e os cabelos da cabeça dos animais, principalmente do cavalo, em comparação com o homem. Ambos são menores no corpo humano porque nós não precisamos mais deles para espantar moscas e mosquitos, uma vez que já desenvolvemos as mãos nessa habilidade.
Eva: Mais uma vez eu percebo que você está apenas correndo pelo terreno das suposições. Eu ficaria ofendida, Darwin, se você dissesse que não consigo espantar as moscas com um simples sacudir de cabeça ou tenha que perder uma competição esportiva importante, apenas por não poder usar minhas mãos.
FÓSSEIS QUE FALAM
Eva: Você considera os fósseis uma boa fonte de informações sobre as origens das espécies, Darwin?
Darwin: Com certeza, Eva. Mas você tocou no meu grande calcanhar de Aquiles. Assim como é enorme a escala desses seres fossilizados nas camadas geológicas, assim também, na mesma proporção deve haver enormes variedades intermediárias dentro dessas mesmas camadas. Isso, porém, não acontece. As espécies aparecem já prontas, variando apenas suas idades, da fase embrionária até a adulta.
Mas essa dificuldade não me faz desistir de minhas teorias. O problema não está apenas nessa lamentável falta de provas, mas principalmente na extrema imperfeição do registro geológico. Meu xará falou isso no seu The Origin of Species.
Eva: Mas partindo do ponto de vista que a natureza não pratica erros, você não acha que aqui é o momento de pormos em prática a filosofia de Tomé, ver para crer? Se não vemos na natureza aqueles elos que estão faltando, não é justo que a gente desista do quebra-cabeça?
Agora, vamos pensar um pouquinho sobre as idades dos fósseis. As rochas mais antigas nas quais fósseis podem ser encontrados são do período cambriano. Nesses depósitos sedimentários, são encontrados bilhões e bilhões de fósseis de formas de vida altamente complexas. Os ancestrais evolutivos da fauna cambriana jamais foram encontrados. O registro de fósseis não nos dá qualquer evidência de que esses animais cambrianos procedem de formas ancestrais anteriores. Nenhum fóssil encontrado pode ser considerado uma transição entre espécies de formas mais elevadas. Os tipos desses invertebrados são exatamente iguais aos que conhecemos hoje.
Darwin: Com essas palavras, Eva, você acaba de cravar mais uma flechada no meu pobre calcanhar de Aquiles. Na verdade, sempre acreditei numa evolução natural das espécies, aquela sem qualquer interferência de quem quer que seja, harmônica, progressiva, caminhando ao longo de bilhões de anos, sempre do mais simples para o mais complexo.
Eva: Você acabou de me fornecer um ótimo gancho, do mais simples para o mais complexo. Mas como esse gancho deve ser um pouco mais longo, proponho que voltemos a ele em nosso próximo encontro. Meus pais já devem estar preocupados comigo. Combinados?
Darwin: Combinados. Escute, Eva, você falou de seus pais. Ainda não me convidou para conhecer sua família.
Eva: Nada mal, Darwin. Desculpe, mas este não é o melhor momento.
SEMELHANÇAS E CONTRASTES
Darwin: A gente falava sobre a complexidade progressiva das espécies. Na minha mente, não consigo ver alguma coisa maior evoluindo para outra menor que ela. Essa idéia me faz ver as coisas de cabeça para baixo. Também não consigo imaginar um universo acabado, principalmente se ele procede de algo tão abstrato como autoridade, propósito, inteligência.
Eva: Já que os registros dos fósseis não fornecem qualquer evidência de transição entre as espécies, quem sabe você pode apresentar essa evidência entre animais que não estiveram fossilizados ou ainda estão vivos na natureza?
Darwin: Uma de minhas amostras preferidas é o cavalo, já que não posso falar de inúmeras espécies extintas através dos tempos. Além de semelhantes, seus fósseis mostram que eram menores que suas cópias atuais, como é o caso do eohippus. Tinham apenas o tamanho médio do nosso cão.
Eva: Bem que eu gostaria de ver aqueles cavalinhos recuperados pela Ciência, saltitando em meu quintal, Darwin. Mas deixando minha utopia de lado, já que não podemos comprovar um perfeito elo entre as duas espécies, você pode me dizer algo sobre os membros daqueles mascotes?
Darwin: Claro que sim, Eva. Muito parecidos com nossos cavalos. Só há uns pequenos diferentes detalhes. Vou lembrar que possuíam mais dentes, quatro dedos nas patas dianteiras e três nas traseiras, enquanto os nossos possuem somente um dedo em todas as patas.
Eva: Para mim, podem até parecer pequenos detalhes. Mas para você isso deve fazer uma enorme diferença. Você sabe, Darwin, que a lei natural e fundamental da evolução está na contramão desse exemplo. Estamos diante de um caso típico de simplificação e não de complexidade na natureza, não é mesmo?
Seu silêncio e esse semblante pensativo concordam como as luvas das mãos.
FÓSSEIS HUMANOS
Eva: Como não foi possível comprovar algum elo entre as espécies animais, você tem alguma coisa a dizer sobre os fósseis pré humanos?
Darwin: Esse é justamente o tema de minha predileção. Afinal, como não gostaria eu de comprovar a origem da espécie mais evoluída do planeta, ou seja, a minha própria identidade? Vou começar apresentando o Piltdown, descoberto na Inglaterra em 1912. Durante quarenta anos, estudiosos depositaram nele grandes esperanças de estarem diante do primeiro homo-sapiens, mas ainda não foi dessa vez. Os exemplares do Pilt foram removidos dos museus e suas fotos dos livros. O homem de Nebraska passou a ser a nossa melhor expectativa. Mas nossa alegria durou pouco porque logo ficou provado que seu único ponto forte, a dentição, pertencia a um suíno e não a um homem.
Nossa esperança se voltou para o homem da Austrália, apelidado de Zinjanthropus. Peritos calcularam sua idade entre 600 mil e 1 milhão e meio de anos. Foi achado pelo Dr. Leakey, na África. O grande problema no estudo desse fóssil foi a situação precária em que se achava. Um colega do Dr. Leakey chegou a compará-lo a um ovo esmagado por um caminhão. Mais uma vez tivemos que adiar a notícia de tão esperada descoberta, a presença de um progenitor de nossa espécie.
Eva: Será que os registros geológicos já puderam fazer amostra de alguma cópia de homo erectus com mais de dez mil anos?
Darwin: Supõe-se que existiram algumas amostras desse homem há cerca de meio milhão de anos. Teriam vivido entre o Zinjanthropus e nossa era. O fóssil mais importante desse grupo é Homem Peking, assim chamado por ter sido encontrado na China. As cópias consistiam de dentes, mandíbulas inferiores e partes de quatorze crânios, quebrados provavelmente por outros animais, devido a uns mil cc. de carne que trazia em seu interior. Há evidência da presença de fogo e ferramentas, mas não se pode provar que esses elementos foram usados por eles ou se por outros seres, muitos anos mais tarde.
Outro exemplo de homo erectus é o que ficou conhecido como homem de Java. Sua cabeça em forma de touca e articulação na pélvis são seus destaques, além de algumas semelhanças nos dentes com os humanos. Foi primeiramente encontrado por Eugene Dubois juntamente com diversos crânios humanos. Consideramos essas amostras importantes porque apresentam cabeças semelhantes aos gorilas.
Eva: Darwin, você concorda que vivendo juntos, o homem de Java e os humanos, isso inviabiliza a possibilidade de ser uma prova da teoria evolucionista?
Darwin: Certamente, Eva. Mas, lembre-se, a Geologia não é uma Ciência exata. Pelo menos até que possa oferecer alguma exatidão de seus dados. Como todas as outras ciências, suas buscas são constantes, sempre a procura da verdade dos fatos. Agora, vamos falar um pouco sobre o homem Neanderthal. Sua descoberta é do princípio do século 20. O esqueleto trazia a curvatura do corpo ao caminhar e por isso, durante muito tempo, a gente pensou e ensinou que se tratava de uma espécie intermediária entre o gorila curvado e o homem. Mas com a descoberta de novas cópias neanderthal, verificou-se que se tratava de uma geração de erectus e que aquele exemplar havia sofrido de uma deficiência no joelho durante seu tempo de vida.
O fato do chamado homem Neanderthal ter o crânio 100 cc. maior que a média do nosso hoje, traz também uma séria dificuldade à nossa teoria evolucionista. Você sabe que partimos sempre do mais simples para o mais complexo.
PINTORES DAS CAVERNAS
Eva: Outra curiosidade minha. O que você sabe a respeito das pinturas e do homem das cavernas?
Darwin: Esse é mais um caso de amostras do homo sapiens. Especialmente importantes são as pinturas de Lascaux da França, calculada pelo método radiocarbono como do ano 8000 AC. Trata-se do homem Cro-Magnon. Curioso como aquelas pinturas, comparadas às dos pintores modernos, não foram destruídas pelo fogo durante tantos anos. Interessante também que o cérebro daqueles habitantes chega a ser 400 cc. maior que do povo de hoje. Daí, não podemos dizer que se trata de uma evolução natural de nossa geração. O crânio de Swanscombe, descoberto em 1935 é considerado pelos evolucionistas um dos fóssseis humanos mais antigos do mundo, situado antes mesmo do Neanderthal. Por isso mesmo, nossa esperança de encontrar um ancestral não-humano para o humano vai ficando cada vez mais distante.
Eva:
O
fato de que pinturas tão antigas são também tão avançadas é um bom sinal de que
o potencial intelectual do homem é sempre o mesmo. Tivesse ele recursos
técnicos mais sofisticados, Darwin, sua surpresa seria ainda maior. Mesmo
admitindo alguma evolução intelectual em nossa espécie, não devemos confundir
esse progresso com evolução da espécie.
Muito bom o diálogo Eva-Darwin. Parabéns Eimaldo Alves Vieira.
ResponderExcluir